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Você sabe a maneira correta de lidar com um cão-guia?

Publicado 22/02/2019 às 11:01
George Thomaz Harrison, instrutor de cão-guia | Foto: Instituto Magnus/Imprensa

George Thomaz Harrison, instrutor de cão-guia  |  Foto: Instituto Magnus/Imprensa

*Artigo de George Thomaz Harrison, instrutor de cão-guia

De acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 7 milhões de pessoas no Brasil possuem algum tipo de deficiência visual. As principais causas de cegueira são: catarata, glaucoma, retinopatia diabética, cegueira infantil e degeneração macular, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para um país com  número expressivo de pessoas nessa condição, existem não mais do que 200 cães-guias em atividade que são treinados para ajudá-las.

As raças mais comuns treinadas para se tornarem cães-guia são a Labrador e a Golden Retriever. É importante dizer que o treinamento do cão e a entrega ao seu usuário são os últimos passos de uma longa jornada, que inclui dezenas de famílias voluntárias que dedicam seu tempo e amor em prol da causa.

Conhecidas como famílias socializadoras, estas pessoas acolhem os filhotes por aproximadamente um ano, expondo-os a uma rotina diária de atividades imprescindíveis. Entre elas, uso de transporte coletivo, visitas a espaços públicos, experiências de mobilidade urbana, convivência com outros animais e crianças etc.

Cada cão-guia é destinado ao seu usuário de acordo com o perfil e necessidade da pessoa com deficiência visual. É preciso ter uma conexão entre ambos e lembrar que o cão guia por amor e carinho e não somente por condicionamento.

Muitas pessoas não sabem como agir ao encontrar com esses animais, que estão a trabalho. Podemos dar comida e brincar com um cão-guia?

Confira abaixo algumas dicas de como agir na presença deles:
• não chame a atenção do cão-guia. É importante lembrar que ele está trabalhando e não se encontra na posição de um bichinho de estimação naquele momento;
• não o toque e nem o acaricie enquanto ele estiver usando o peitoral com alça de trabalho. O animal pode se distrair e acabar causando algum acidente com a pessoa com deficiência visual;
• é preciso que os tutores de cães de estimação controlem seus animais, utilizem coleiras e, de preferência, fiquem afastados dos cães-guias. Caso contrário, ele poderá acabar perdendo o foco de sua atividade principal;
• nunca ofereça alimentos ao cão-guia. Ele tem horário certo para comer e certamente estará bem alimentado pelo seu tutor;
• fale sempre primeiro com a pessoa com deficiência visual e nunca diretamente com o cão-guia. O usuário sabe que alguém poderá distrair o cão, e só permitirá a intervenção ele não esteja a trabalho;
• caso alguma pessoa com deficiência visual peça ajuda, o ideal é aproximar-se pelo lado direito dele, de maneira que seu cão-guia fique à esquerda;
• se por ventura a pessoa com deficiência visual aceitar ajuda, ela pedirá para que você ofereça seu cotovelo esquerdo. Neste caso, usará um comando para indicar ao cão-guia que ele estará temporariamente fora de serviço;
• ao passar informações para a pessoa com deficiência visual, é preciso indicar com clareza o sentido em que se deve dobrar ou seguir para chegar ao local, assim ele poderá passar a rota ao cão;
• não pegue o braço de uma pessoa com deficiência visual que está acompanhado de um cão-guia sem antes conversar. Muito menos toque na guia do animal, pois a mesma é só para uso do seu tutor;
• o cão-guia foi treinado e está habituado a viajar, tanto dentro como fora do país, em todos os meios de transporte, acomodado aos pés do seu tutor, sem atrapalhar os passageiros;
• os cães-guias são capacitados para entrar e permanecer junto aos seu tutores em todos os tipos de estabelecimentos, tanto de saúde como em lojas, restaurantes, supermercados, cafeterias, cinemas, teatros, centros de estudo ou trabalho, sem causar alterações no funcionamento dos locais e nem incomodar os funcionários ou o público;
• devido ao treinamento que recebem, os cães-guias estão capacitados para exercerem suas funções e nunca vagam pelos recintos. Eles têm o mesmo direito de gozar de livre acesso a todos os locais públicos como seus tutores.

* George Thomaz Harrison é instrutor de cão-guia no Instituto Magnus

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