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CoronaVac não foi comprada em 2020 por “incertezas” e medo de “cemitério de vacinas”, afirma ex-secretário do Ministério da Saúde

Publicado 9/06/2021 às 04:14

“A fase 3 de estudos clínicos de desenvolvimento de imunizantes também é considerada o cemitério de vacinas”, disse Élcio Franco
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O secretário-executivo do Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello, Élcio Franco, disse à CPI da Covid, nesta quarta-feira (09), que, devido a “incertezas” e medo de que a CoronaVac terminasse em um “cemitério de vacinas”, o governo federal não comprou doses do imunizante em 2020.

Ele argumentou que, no segundo semestre do ano passado, quando o Butantan afirmou que o contrato já poderia ter sido firmado, a vacina ainda estava na fase 3 de desenvolvimento. Segundo Élcio, essa fase gera incertezas.

“A fase 3 de estudos clínicos de desenvolvimento de imunizantes também é considerada o cemitério de vacinas. Isso cabe para destacar que o desenvolvimento da vacina gera muitas incertezas. Então, esse é um aspecto que permeou a negociação com todas as vacinas”, declarou Élcio, respondendo sobre a demora do governo em fechar contrato com o Butantan, que produz a CoronaVac no Brasil.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), questionou o argumento sobre a fase 3, já que a vacina de Oxford/AstraZeneca foi adquirida pelo governo nesse estágio. Élcio alegou que a vacina da AstraZeneca poderia dar errado, mas o contrato previa transferência de tecnologia ao Brasil.

“Poderia haver insucesso, sim. Mas, durante o desenvolvimento tecnológico, a Fiocruz ampliou a estrutura de vacinas, adquiriu equipamentos e assimilou uma nova tecnologia. Essa tecnologia poderia continuar sendo estudada até que se conseguisse desenvolver a vacina”, respondeu o ex-secretário-executivo.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) contestou a fala do ex-integrante do Ministério da Saúde. “O que temos visto é um cemitério de pessoas, que morreram por falta de vacinas. Os nossos cemitérios estão cheios de brasileiros por causa da falta de vacina. Essa é a grande questão”, declarou. “O argumento do cemitério de vacinas não convence, não é um argumento. Porque, ao não contratar, faltaram vacinas ao País”, completou o senador.

por O Sul

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