Em entrevista concedida nesta terça-feira (9), à Rádio Difusão, as advogadas Carolina Fiebig e Maíra Cazzuni, representantes da família de Juliane Sawicki uma das vítimas fatais do acidente com balão em Praia Grande (SC) falaram sobre o caso que chocou o país em junho deste ano e repercutiu fortemente na região do Alto Uruguai.
Juliane, natural de Carlos Gomes e moradora de Áurea, perdeu a vida ao lado do companheiro Fábio durante um passeio turístico de balão que terminou em tragédia, ceifando oito vidas. As advogadas relataram que a família só teve conhecimento do acidente por meio das redes sociais e enfrentou dificuldades para obter informações ou apoio por parte da empresa organizadora do voo ou da prefeitura local e órgãos de fiscalização.
“Elas entraram naquele balão para passear, como se fosse um dia comum. Algumas não voltaram para casa. Outras voltaram machucadas e sem nenhum tipo de suporte”, lamentou a advogada Carolina Fiebig.
Segundo o relato das profissionais, não havia nenhum protocolo de emergência ou apoio imediato no local do acidente. O piloto, único responsável técnico pelo voo, teria abandonado o balão sem prestar as devidas orientações aos passageiros fato que, segundo as advogadas, levanta questionamentos sobre imprudência e negligência.
“Nos preocupa o despreparo para uma atividade que é explorada comercialmente. O município e a empresa não prestaram qualquer tipo de assistência à família”, destacou a advogada Maíra Cazzuni.
A defesa também mencionou contradições nas declarações do piloto, além da ausência de medidas básicas de segurança, como comunicação com uma base em solo e a presença de um copiloto. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que pretende regulamentar esse tipo de atividade, ainda sem regras específicas no Brasil.
A família de Juliana busca agora responsabilização civil e criminal dos envolvidos, incluindo o piloto, a empresa de balonismo e autoridades municipais.
“A dor da perda não tem reparação, mas a justiça é o mínimo que esperamos”, afirmaram as advogadas, que reforçaram o compromisso com o acompanhamento rigoroso da investigação em Santa Catarina.