A gestação marca o início de uma das fases mais transformadoras na vida de uma mulher. Mais do queapenas mudanças físicas, essa nova jornada é acompanhada por emoções e grandes expectativas. Para que este período seja vivido com segurança e tranquilidade, o acompanhamento pré-natal é essencial. É por meio dele que é possível garantir o desenvolvimento saudável do bebê e o bem-estar da mãe.
Nesse contexto, a medicina fetal desempenha um papel fundamental. Subespecialidade da ginecologia e da obstetrícia, ela oferece um cuidado especializado e integral. Essa área da medicina visa acompanhar e proteger a saúde da mãe e do bebê ao longo de toda a gestação, desde os primeiros exames até o nascimento.
De acordo com a médica ginecologista e obstetra, especialista em fetologia, Dra. Marianne Ongaratto Lumi (CRM 49939 | RQE 44409), a medicina fetal busca a identificação, prevenção e tratamento de condições que possam comprometer o desenvolvimento fetal ou a saúde materna.
“Além das técnicas de imagem, a medicina fetal também envolve intervenções terapêuticas dentro do útero. Entre elas, estão a transfusão intrauterina, a cirurgia fetal e a administração de medicamentos diretamente ao feto. Esses procedimentos são realizados em casos mais graves sempre com o suporte de uma equipe multidisciplinar. Todo este cuidado e planejamento representam um avanço importante na redução da morbidade e mortalidade neonatal”, explica a especialista.
Segundo a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) a medicina fetal auxilia na avaliação do crescimento fetal, rastreio de anomalias, identificação de problemas fetais que podem necessitar de tratamento intrauterino ou planejamento do parto, além de ajudar a monitorar gestações com complicações, como pré-eclâmpsia e risco de parto prematuro.
Entre os exames disponíveis na medicina fetal está a cariotipagem fetal, um exame citogenético que permite identificar anomalias cromossômicas durante a gestação. Ela consiste na coleta de células fetais, seguida pela análise microscópica dos cromossomos para identificar alterações no número ou na estrutura cromossômica.
“A cariotipagem é fundamental no diagnóstico de síndromes genéticas como a de Down, Edwards e Patau. O exame é indicado principalmente em casos de risco elevado, como idade materna avançada, histórico familiar de doenças genéticas ou achados suspeitos na ultrassonografia.”