O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou nesta terça-feira (28) a Operação Cibermadilha, que investiga um grupo criminoso responsável por extorquir vítimas por meio do chamado “golpe dos nudes”. A ação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Brigada Militar.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão — dois em residências localizadas em Igrejinha e Parobé, no Vale do Sinos, e dois na Penitenciária Estadual de Jacuí (PEJ), em Charqueadas. Segundo o MPRS, parte dos crimes era articulada de dentro do presídio.
A investigação é coordenada pela promotora de Justiça Maristela Schneider, do 2º Núcleo Regional do Gaeco – Metropolitana. Até o momento, duas vítimas foram identificadas: um servidor público e uma autoridade que atua na área criminal do Estado.
De acordo com a promotora, o caso teve início no começo de outubro, após uma denúncia de uma das vítimas. O homem foi abordado por uma mulher em um aplicativo de relacionamentos e, após trocas de mensagens íntimas e envio de fotos, passou a ser ameaçado e extorquido. Os criminosos chegaram a enviar imagens de familiares, obtidas nas redes sociais, para aumentar a pressão psicológica.
Diferentemente de outras quadrilhas que aplicam golpes semelhantes, o grupo não se passou por autoridades nem exigiu valores fixos, mas manteve contato constante com as vítimas para intimidá-las e obter vantagens financeiras.
O MPRS obteve autorização judicial para o bloqueio de contas bancárias e chaves PIX, além do afastamento de sigilos bancário e telemático dos investigados. O material apreendido será analisado para identificar o destino dos valores extorquidos e outros possíveis envolvidos.
“Já identificamos quatro criminosos, sendo dois deles atuando de dentro do sistema prisional”, afirmou a promotora Maristela Schneider. A operação contou também com a presença do coordenador estadual do Gaeco, promotor de Justiça André Dal Molin.
Fonte: O Sul
