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“Infarto, câncer e outras doenças não respeitam quarentena”, diz diretor técnico do HC

Publicado 4/06/2020 às 11:43

Muitas pessoas têm evitado buscar atendimento médico em razão da pandemia de coronavírus. E este comportamento é bastante preocupante, pois pode colocar as pessoas em risco em razão de outras doenças, como infarto do miocárdio, câncer e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Só no Hospital de Caridade (HC), de Erechim (RS), houve queda de 60% nos atendimentos do Pronto-Socorro entre janeiro e abril de 2020, se comparado com o mesmo período do ano passado. Exames e cirurgias eletivas também têm registrado considerável redução.

Atento a este quadro, o médico e diretor técnico do HC, Paulo Dall´Agnol, orienta que as pessoas sigam realizando acompanhamento ambulatorial, a exemplo daqueles que sofrem de cardiopatias (doenças do coração) e enfermidades autoimunes, oncológicas, renais, vasculares e respiratórias. Segundo ele, exames, consultas e cirurgias só devem ser adiadas com recomendação médica. E sintomas importantes também não podem ser desconsiderados. “Entendemos o receio de muitos pacientes em procurar atendimento neste momento. O problema é que outras doenças graves não respeitam a quarentena e precisam ser tratadas no seu tempo, sob pena de que o quadro se agrave”, pontua.

O médico, que compõe o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do HC, tranquiliza a comunidade e afirma que a instituição adotou protocolos nacionais e internacionais para tratamento da pandemia. “O hospital também viabilizou áreas específicas, com leitos de UTI e clínicos, para atendimentos de pacientes com o coronavírus, garantindo a segurança e a qualidade para este público e a dos demais usuários dos serviços da instituição, que seguem funcionando normalmente”, argumenta o diretor Técnico.

Números que preocupam
A preocupação manifestada pelo HC quanto às patologias do coração, também é corroborada por um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), e divulgado pela BBC News. O trabalho mostra a diminuição de 50% na realização de angioplastia primária (procedimento feito em caráter de emergência durante o infarto) em março de 2020, e de 70%, em abril, na comparação com o mesmo período de 2019.

De acordo com Dall’Agnol, os dados fizeram soar o alerta de que os pacientes não estariam procurando os serviços médicos para receber tratamento. “A hipótese é reforçada porque o fenômeno tem sido identificado em outros locais. Nos EUA, por exemplo, o número de atendimentos de emergência de parada cardíaca domiciliar cresceu quatro vezes e o de mortes nessa situação, oito vezes”, compara.

No caso do câncer, pelos dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), de março para cá foram realizadas, nas redes pública e privada, 70% menos operações e entre 50% e 90%, dependendo do serviço, de biópsias para diagnóstico da doença. Só do câncer de mama, a Sociedade Brasileira de Mastologia aponta diminuição de 75% nos atendimentos em hospitais públicos de pacientes em rastreamento e tratamento para a enfermidade nos meses de março e abril, em relação ao ano passado.

Emergências não podem ser negligenciadas
Diante desse cenário, diversas entidades de saúde brasileiras destacam que médicos, hospitais e clínicas precisam manter os atendimentos aos pacientes com doenças graves e casos emergenciais não relacionados à Covid-19.

A medida, segundo o superintendente geral do HC, Claudiomiro Carus, é acertada. “Estamos de portas abertas para garantirmos a assistência e atendermos quem precisar de nossos serviços, seja em situação de urgência ou em procedimentos eletivos”, finaliza o administrador.

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