No dia 14 de novembro é comemorado o dia mundial do diabetes! Segundo os dados de 2021 da Federação Internacional do Diabetes (IDF), os números são alarmantes: mais de 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos vivem com a doença em todo o mundo, um aumento de 16% (74 milhões) em comparação com os dados de 2019. Estima-se que até 2045 serão cerca de 784 milhões com a doença.
No Brasil, o número estimado de adultos é 15,7 milhões (10,5%) com a doença e 18 milhões (11,9%) com tolerância diminuída à glicose, um estágio de pré-diabetes e de alto risco para o desenvolvimento de diabetes franco. E muitas dessas pessoas desconhecem esse diagnóstico!
O diabetes é uma doença crônica, que cursa com elevação de glicose no sangue devido à ausência ou disfunção da produção de insulina pelo pâncreas, um órgão localizado atrás do estômago, que produz alguns hormônios importantes para nosso sistema digestivo.
E você sabe quais são os tipos de diabetes? Confira abaixo:
> DIABETES TIPO 1
O sistema imunológico do organismo ataca de forma equivocada as células beta, causando deficiência na produção e liberação de insulina para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue e sempre é necessário o uso de insulina. Surge geralmente na infância e adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também.
> DIABETES TIPO 2
Surge quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina produzida e/ou não produz insulina suficiente para compensar a elevação da glicemia. Mais comum e frequente em adultos, tem associação com genética, e tem sido visto cada vez mais em crianças devido ao sedentarismo e ao excesso de peso. O tratamento envolve dieta e exercício físico, uso de medicamentos orais e injetáveis, bem como de insulina, nos casos mais avançados.
> DIABETES GESTACIONAL
O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre possui sintomas. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes façam o rastreio com o teste oral de tolerância à glicose da 24ª a 28ª semanas de gravidez.
Entre os fatores de risco, estão:
– Idade materna mais avançada;
– Ganho de peso excessivo durante a gestação;
– Sobrepeso ou obesidade;
– Síndrome dos ovários policísticos;
– História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional;
– História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos);
– História de diabetes gestacional na mãe da gestante;
– Hipertensão arterial na gestação;
– Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).
Este é um importante fator de risco para desenvolvimento de diabetes tipo 2.
O controle é feito, na maioria dos casos, apenas com dieta e exercício físico. Se necessário, associa-se o uso de insulina, que é seguro durante a gestação.
> DIABETES TIPO MODY
É um diabetes familiar com idade de diagnóstico precoce (<25 anos) e presença de pelo menos 3 gerações de mesma linhagem afetadas. Associa-se com algumas mutações genéticas, e por isso tem fenótipos e tratamentos diferentes, mas todos envolvem defeitos no âmbito da secreção de insulina. Muitos casos são erroneamente classificados como diabetes tipo 1 ou tipo 2. Para o diagnóstico é realizado uma análise genética, que indica o tratamento mais adequado e o curso clínico da doença dependendo do gene afetado.
> DIABETES TIPO LADA
Neste tipo de diabetes, também ocorre uma destruição autoimune das células beta pancreáticas, porém de forma mais lenta do que no diabetes tipo 1. Inicialmente, pode haver bom controle da doença com medicamentos orais, mas com o passar dos anos evolui para o uso de insulina também.
Quando não ocorre o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, o diabetes aumenta o risco de complicações graves como infarto, derrame, cegueira e insuficiência renal, diminuindo a qualidade de vida e aumentando a mortalidade. Por isso, caso ainda não tenha feito seu check-up neste ano, não deixe para o ano que vem!
Gabriele De Geroni
Médica Endocrinologista e Metabologista
CRM/RS 38.463 | RQE 34.821
@gabriele.endocrino