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Polícia Federal diz que assassinato de Bruno e Dom não teve mandante

Publicado 17/06/2022 às 01:01

Investigadores ampliaram o rol de suspeitos no crime e projetam novas prisões; envolvimento de facções criminosas também foi descartado.
Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) informou nesta sexta-feira (17) que os assassinos do indigenista Bruno Pereira e do repórter britânico Dom Phillips agiram sozinhos e que o crime não teve um mandante. O envolvimento de facções criminosas também foi descartado.

As linhas de investigação foram consideradas inicialmente tanto por causa do trabalho desenvolvido por Bruno, que orientava moradores a denunciar irregularidades nas reservas indígenas, quanto pela presença de traficantes de drogas e armas, caçadores ilegais, madeireiros e garimpeiros na região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, onde os dois desapareceram.

Os policiais federais desconfiam, no entanto, que mais pessoas tenham participado do assassinato. Até o momento, estão presos Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. A corporação avalia novas prisões nos próximos dias.

A PF voltou ao local de buscas nesta sexta para tentar resgatar o barco usado pelo jornalista e o indigenista, que segundo Pelado foi afundado próximo ao ponto onde os corpos foram enterrados, em uma área de mata às margens do rio Itaguaí. É o segundo dia de buscas pela embarcação. Desta vez, os policiais vão contar com apoio dos indígenas da região e dos membros da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).

Os restos mortais localizados pela equipe na última quarta-feira (15), foram transportados ontem de Manaus para Brasília, onde serão feitos os exames necessários para verificar a identidade e a causa da morte. A conclusão da perícia deve sair em até dez dias e pode dar pistas também sobre a dinâmica do crime.

Perseguição

Uma testemunha ouvida sob a condição de anonimato pela PF relatou ter visto uma lancha onde estava Dom e Bruno passando pelo Rio Taquaí. Em seguida, outra embarcação, que levava Amarildo dos Santos, passou em alta velocidade em direção aos profissionais. O depoimento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Para os investigadores, a declaração revela que a intenção de matar as vítimas pode ser bem anterior ao momento dos homicídios e ter sido planejada, ao contrário do que alegam os suspeitos em depoimento.

Sangue e vísceras

Na sexta-feira, o laudo preliminar concluiu que o sangue encontrado na lancha onde estava Amarildo não é de Dom Phillips. A análise comparada com o material genético do indigenista Bruno Pereira apresentou resultado inconclusivo. A PF terá de realizar novos exames para descartar ou confirmar que seja sangue de Pereira – o que indicaria que as agressões começaram ainda dentro da embarcação, no caminho para o local onde ocorreram os homicídios.

Vísceras encontradas na região, que seriam um estômago, não contêm DNA humano, de acordo com os investigadores. O resultado pode ter sofrido interferência da degradação do material biológico, pela ação do ambiente em que ficou exposto e do tempo entre a retirada do corpo até o momento em que foi encontrado e levado para perícia. Ainda é necessário entender se realmente é ou não um órgão humano.

por O Sul

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