A saúde mental voltou ao centro do debate no Rio Grande do Sul em 2025, impulsionada pelo aumento expressivo de atendimentos após as enchentes que atingiram diversas regiões do estado e pela crescente sobrecarga em servidores públicos e forças de segurança.
Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, em 147 municípios houve aumento de pelo menos 20% nos atendimentos clínicos em saúde mental desde setembro de 2023. Em 50 municípios, a alta chegou a 50%, e em 15 cidades o número de casos dobrou. Para enfrentar essa demanda, o governo anunciou investimentos de aproximadamente R$ 12 milhões para a implantação de equipes multidisciplinares, além de recursos para atenção primária e aquisição de equipamentos.
Novos programas e políticas
O Estado também abriu processo seletivo para que municípios possam aderir ao Programa AcompanhaRAPS, que prevê serviços multiprofissionais voltados ao acompanhamento psicossocial. A meta é habilitar até 10 municípios em 2025 e ampliar para 20 em 2026.
No funcionalismo público, a situação preocupa. Profissionais da saúde, educação e segurança relatam estresse, sobrecarga e até casos de agressão. O governo afirma que o Proser (Programa de Saúde dos Servidores Públicos) está em atividade e que uma Política Estadual de Saúde e Segurança no Trabalho deve ser lançada ainda neste semestre.
Brigada Militar em alerta
Outro ponto de atenção é a crise na Brigada Militar, que enfrenta altos índices de adoecimento psicológico entre policiais. O aumento de casos de estresse, depressão e risco de suicídio acendeu alerta para a necessidade de acompanhamento especializado.
Iniciativas municipais
Além das ações estaduais, cidades também têm se mobilizado. Em Rosário do Sul, por exemplo, tramita um projeto de lei para instituir uma Política Municipal de Atenção à Saúde Mental, com medidas de prevenção, campanhas educativas, triagem precoce e integração entre saúde, educação e assistência social.
Fonte: Camila Ruda | Repórter Rádio Difusão