O empresário Júnior Carbonari, da Deholog Importação e Exportação e presidente do Conselho Deliberativo da Unindústria, esteve nesta quarta-feira (13) nos estúdios da Rádio Difusão para comentar os efeitos do chamado “tarifaço” implementado pelo governo dos Estados Unidos sob Donald Trump.
Segundo Carbonari, as medidas, que entraram em vigor em 6 de agosto, têm como objetivo fortalecer parceiros comerciais estratégicos e ampliar o domínio norte-americano no comércio global. Ele explica que, embora o impacto imediato para Erechim e região seja limitado, setores como o de exportação de mel e de equipamentos industriais já podem sentir os primeiros reflexos.
O empresário destacou que diversificar mercados é um desafio complexo, especialmente no curto prazo. “O produto que o americano compra não é o mesmo que o chinês consome. Há diferenças de corte, embalagem, certificações e até de composição. Trocar de mercado exige tempo e adaptação”, disse.
Durante a entrevista, Carbonari também comentou declarações do presidente Lula sobre negociar em moedas locais em vez do dólar. Para ele, na prática, a mudança é inviável no cenário atual. “O dólar ainda domina as transações globais. Mesmo países como a China, que buscam reduzir a dependência da moeda americana, continuam fortemente atrelados a ela”, avaliou.
Ao final, reforçou que os ajustes necessários para enfrentar o novo cenário exigirão planejamento e visão de longo prazo por parte das empresas brasileiras, especialmente as exportadoras.
Repórter Camila Ruda | Rádio Difusão
